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Foto do escritorJulio Cesar França Franco

A CAIXA DE IMPOSTOS



Eu não gostava do meu pai. Ele era pobre e mal sucedido, apesar de trabalhar mais duro do que qualquer um dos pais dos meus amigos. Meu pai teve muitos emprego, como operário, como garçom e como voluntário em um centro para crianças com deficiências. Ele estava sempre ocupado trabalhando e não tinha tempo para descansar. Eu não achava que ele era muito inteligente. Eu nunca o vi como uma inspiração. Meu pai também era mesquinho. Toda vez que ele me dava meus trocados, me dava o dinheiro e logo me alcançava uma caixa e dizia: - Hora de pagar seus impostos. Sempre me incomodava que ele me obrigasse a colocar dinheiro naquela caixa. Um dia perguntei-lhe: - Pai, por que não somos ricos? Meu pai sorriu e disse: - Quem disse que não somos ricos? Ser rico não se trata de quanto tem, e sim de quanto você dá. Tudo o que eu sabia era que não queria ser pobre como meu pai quando crescesse. Nos anos seguintes, eu mal via meu pai. Eu fui para a faculdade e nunca fui passar o Natal em casa. Eu estava ocupado trabalhando e nunca aceitava seu dinheiro. Dois anos depois, meu pai morreu. Quando cheguei em casa, vi a caixa de impostos no canto da sala rodeada de cartas de agradecimentos do Centro Infantil de Deficientes. Curiosamente, todas as cartas foram endereçadas a mim. Ansioso para investigar, fui ao Centro. Quando cheguei, fiquei surpreso que eles me acolheram como um amigo da família. “Obrigado por vir, Mark” um recepcionista me disse e então falei: - Eu encontrei essas cartas dizendo que tenho doado dinheiro. Deve haver algum tipo de erro. - Vou explicar mais tarde, tem alguém aqui que eu gostaria que você conhecesse – a recepcionista me disse. Segui-a pelo corredor até o escritório do diretor. Sentado em sua cadeira de rodas, o diretor veio até mim e disse: - Obrigado por vir, Mark, seu pai nos falou muito sobre você. Seu pai sempre nos fazia esquecer nossos problemas e nos lembrava de nossas esperanças e sonhos. Ele teve um grande impacto por aqui. Seu pai poderia ter se aposentado confortavelmente mas ele escolheu continuar trabalhando. Ele queria ajudar o maior número possível de pessoas, era um homem verdadeiramente altruísta. A recepcionista bateu na porta e entrou correndo no escritório e me entregou um pequeno troféu: “Isso é para você, Mark, em reconhecimento às suas doações”. Então respondi timidamente: - Eu queria te perguntar sobre isso... eu nunca doei nada. O diretor sorriu e disse: - Foi o seu pai, ele fez em seu nome. Fiquei atordoado, minha mente voltou para a caixa que meu costumava cobrar seus “impostos”. Como eu poderia estar tão errado? Eu nunca terei uma segunda chance de aprender com meu pai mas eu posso aprender com o legado que ele deixou.

As pessoas mais bem sucedidas deste mundo são aquelas que tem felicidade em seus corações e elas escolhem compartilhá-la com aqueles que mais precisam. A generosidade é um presente para você mesmo e para os outros. Uma vida verdadeiramente rica é uma vida de doação.

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